quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Terra Rasgada

Terezinha Manczak (poema-homenagem aos flagelados da enchente em SC - 2008)
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A terra rasgada pelo homem lança-se no vazio, livrando - se do peso da ocupação desenfreada, dos golpes da escavadeira, da plantação de pilares, do esquecimento das autoridades e da vista grossa dos fiscais. Enquanto expõe suas feridas e seu seio aberto em chagas, soterra sonhos, vidas e bens materiais. Abre outras feridas, bem mais dolorosas, no mesmo homem que destrói e nos corpos e corações dos seus semelhantes. A natureza por si já é impiedosa. Alaga, inunda, derruba, mata e desloca.
São as cheias, a seca, os ciclones, tufões e maremotos. Mas a mão do homem que desmata, que constrói sem limites, que abre caminhos impossíveis, polui e não respeita as intempéries, torna essa força mais destruidora e fatal.
Dificilmente veremos um morro, em lugar desabitado e sem interferência humana, se deslocar e desabar da maneira que vimos aqui em Blumenau.
Vale refletir, repensar nossas atitudes, respeitar o meio ambiente e fazer as pazes com o Planeta Terra.
Temos outra alternativa? Temos outro planeta para habitar?
Ainda não existem naves cor-de -rosa para nos transportar, desse vale de lágrimas por um céu de brigadeiro, quando a nossa casa cair e a Terra tornar -se uma morada impossível.” (Terezinha Manczak)

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